Reais Impactos da Covid-19 nas organizações em Portugal by Header

Reais Impactos da Covid-19 nas organizações em Portugal by Header

Impactos Reais da COVID-19 na Gestão de Pessoas

A Header™ | Top Executive Hunters é um “boutique office” sediado em Portugal, especializado no segmento executivo e nas temáticas da liderança. Tendo como negócio âncora o Executive Search, a Header™ promove uma abordagem flexível e totalmente customizada em toda a sua oferta de serviços: Executive Search / Headhunting / Recrutamento & Seleção / Talent Mapping; Executive Counseling; Executive Placement.

A equipa da Header™ tem presente que para continuar ao lado dos parceiros e apoiar com os seus serviços as reais necessidades de cada organização, tem de promover um conhecimento profundo e contínuo sobre os desafios à gestão de capital humano. Assim, desenvolveu um estudo para auscultar administradores, diretores e gestores de recursos humanos sobre os reais impactos da Covid-19 nas organizações em Portugal, nas 1ª e 2ª vagas da doença em 2020. Este estudo incidiu igualmente sobre as estratégias de atuação e sobre as previsões de investimento nas Pessoas para 2021.

O questionário foi disponibilizado em plataforma digital entre 26.11.2020 e 14.12.2020 e contou com a participação de algumas centenas de gestores. A maioria dos respondentes representa organizações localizadas na região de Lisboa (63%), onde se localiza também uma grande percentagem do tecido empresarial, à exceção da indústria, que representa 17% dos participantes neste estudo, cuja esmagadora maioria se localiza no norte e centro do país.

Este estudo contou com a participação de gestores de diversos setores, que garantem a representatividade de diversas realidades.

Solicitou-se aos participantes que avaliassem 8 dimensões na gestão de recursos humanos, tendo em conta a 1ª e 2ª vagas da pandemia Covid-19 em Portugal: impacto na gestão de imprevistos, trabalho remoto, contratação, despedimentos, saída de colaboradores por sua iniciativa, motivação dos colaboradores, resistência às medidas de contingência e necessidade de desenvolver competências aos colaboradores. Os participantes deviam responder numa escala de 1 a 5, na qual 1 significava “Diminuição acentuada”, 2 correspondia a “Diminuição”, 3 devia ser assinalado em casos “Sem alteração”, 4 dizia respeito a “Aumento” e 5 significava “Aumento acentuado”.

Começando a analisar os resultados deste estudo, verificamos no gráfico Resultados Gerais – Impactos da Covid-19 | 1ª e 2ª vaga, que na média de respostas dos participantes de todos os setores de atividade, os maiores impactos na 1ª vaga da pandemia foram sentidos ao nível da necessidade de recurso ao trabalho remoto e da gestão de imprevistos, que aumentaram significativamente. Regista-se de forma inversa, impacto na saída de colaboradores por iniciativa própria, e na contratação, que sofreu uma diminuição ligeira. Nas restantes dimensões não foram encontradas, neste estudo, diferenças expressivas em relação ao período anterior à pandemia.

Relativamente à 2ª vaga, e em referência à 1ª, o padrão de oscilações foi semelhante. As alterações verificaram-se na dimensão de gestão de imprevistos, que sofreu poucas alterações em relação à 1ª vaga, e do trabalho remoto, cujo aumento foi menos expressivo.

Importa analisar este quadro por setores de atividade, de modo a verificar as flutuações nas diferentes realidades.

Começamos por analisar o setor da Indústria onde se encontra igualmente um aumento da gestão de imprevistos e do trabalho remoto, e uma diminuição na saída de colaboradores por iniciativa própria na 1ª e 2ª vagas. Nas restantes dimensões não se verificam impactos muito significativos.

Registar que na 2ª vaga, a única dimensão cuja tendência se apresentou diferente de março foi a dimensão do despedimento, que sofreu em outubro uma diminuição em relação a março.

Importa agora analisar o setor da Indústria mais detalhadamente, verificando as alterações nos diferentes tipos de indústria, uma vez que os impactos diferem.

No caso da Indústria Alimentar, verifica-se na 1ª vaga um aumento muito significativo do trabalho remoto, um aumento também ao nível da gestão de imprevistos, uma diminuição da saída de colaboradores por iniciativa própria e uma diminuição mais ligeira no despedimento.

À exceção da gestão de imprevistos e da saída de colaboradores por iniciativa própria, que, aproximando-se do ponto médio da escala, sofreram em outubro poucas alterações comparativamente a março, o restante padrão de oscilações na 2ª vaga foi semelhante ao da 1ª vaga.

Na Indústria Automóvel, este estudo evidencia um aumento do trabalho remoto, um aumento ligeiro da gestão de imprevistos, uma contração nas contratações e uma ligeira diminuição da saída de colaboradores por iniciativa própria na 1ª vaga da pandemia, face ao período pré pandémico.

Verifica-se que a contratação aumentou na 2ª vaga em comparação com a 1ª, enquanto os despedimentos diminuíram. Já no campo da motivação dos colaboradores, esta diminuiu ligeiramente em outubro. Os restantes desafios sofreram em outubro um impacto semelhante ao verificado em março.

Relativamente à Indústria Têxtil, os gestores que responderam a este questionário consideraram que a pandemia não causou impactos muito significativos nas dimensões apresentadas, assinalando-se apenas um aumento do trabalho remoto e da necessidade de gestão de imprevistos, assim como uma diminuição da saída de colaboradores por iniciativa própria.

No que diz respeito à 2ª vaga, o padrão de oscilações foi semelhante ao previamente identificado, desta vez com referência à 1ª vaga. A única exceção ocorre ao nível do despedimento, que diminuiu ligeiramente em outubro em comparação com março.

Saindo da Indústria para outros setores, optamos por assinalar mais três.

No setor Life Sciences e Healthcare os maiores desafios ocorreram na mudança para o trabalho remoto, que aumentou significativamente na 1ª vaga, assumindo os valores mais expressivos deste estudo. Segue-se a gestão de imprevistos, que também aumentou e a necessidade de desenvolver competências dos colaboradores, que aumentou ligeiramente. Na contratação verifica-se uma retração ligeira, bem como na saída de colaboradores por iniciativa própria. Já relativamente ao impacto na motivação das Pessoas na 1ª vaga, neste setor verifica-se o impacto mais positivo do estudo, podendo verificar-se no gráfico que em março a motivação dos colaboradores aumentou.

Na 2ª vaga verificou-se um aumento menos acentuado do trabalho remoto, em comparação com a 1ª vaga, e pouco impacto em outubro no que respeita à gestão de imprevistos. De resto, o padrão de oscilações na 2ª vaga (em comparação com a 1ª) foi semelhante ao identificado na 1ª vaga (em comparação com o pré-pandemia).

O setor da Hotelaria e Restauração regista neste estudo os impactos mais negativos, em comparação com os restantes. Na gestão de imprevistos regista-se um aumento.  O trabalho remoto tem o impacto menos significativo deste estudo. Verifica-se um elevado impacto negativo na contratação e uma diminuição na saída de colaboradores por iniciativa própria.

Neste setor em particular, tal como se pode observar no gráfico Hotelaria e Restauração, o padrão de oscilações na 2ª vaga foi em todas as dimensões muito semelhante ao encontrado na 1ª vaga.

Também o setor Logística & Supply Chain sofreu impactos significativos na gestão de imprevistos e no trabalho remoto na 1ª vaga, verificando-se um aumento em ambos os casos. Ademais, identifica-se uma diminuição da saída de colaboradores por iniciativa própria nesta fase, assim como uma diminuição ligeira no despedimento.

Relativamente à 2ª vaga, o padrão de oscilações foi semelhante ao já identificado na referência à 1ª vaga. Salientar as dimensões da gestão de imprevistos e do trabalho remoto, em que o estudo aponta para poucas alterações em outubro comparativamente com a 1ª vaga. Verifica-se também, na dimensão da motivação dos colaboradores, um aumento ligeiro na 2ª vaga em relação à 1ª vaga da pandemia.

Este estudo terminou com uma projeção no investimento para 2021, previsto pelos gestores portugueses no que respeita às várias etapas do Employee Life Cycle.

Como é visível no gráfico, os resultados apontam para uma evidente intenção de investimento no Desenvolvimento das Pessoas (65,03%) pelas organizações. 36,4% dos inquiridos planeia investir na retenção de colaboradores, 26,4% pretende recrutar durante o ano de 2021, sendo que 22,3% considera uma aposta na atração, de forma a aliciar Talento para a sua organização.

De referir ainda que 11,6% dos participantes neste estudo prevê investir na desvinculação das suas Pessoas em 2021. Apenas 6,6% dos participantes não prevê qualquer investimento em pelo menos uma das etapas do Employee Life Cycle.

Fev´2021

Pela Equipa Header™