Quem está bem não muda

Quem está bem não muda

 

Esta é a história da Julieta. Podia ser a sua?

Julieta sempre foi uma profissional focada e rigorosa. Gosta de desafios e de os superar. Trabalha com prazer e alegria.

Naquele dia de teletrabalho, pelas 11 horas, o telefone tocou. Era uma chamada inesperada de um headhunter, com uma abordagem para uma nova oportunidade profissional.

Julieta não procurava nenhuma mudança e foi transparente ao telefone, mas a sua curiosidade fê-la aceitar conversar.

Julieta falou sobre a sua função, satisfação e condições salariais atuais e no decorrer da conversa surge o convite para uma próxima fase onde lhe foi apresentado o projeto na integra. Era uma oportunidade na sua área, um desafio mais ambicioso e de maior dimensão. A missão era aliciante – fazer crescer uma nova área de negócio, selecionar equipa e gerir a unidade com muita autonomia. Aliado ao desafio do projeto, as condições salariais superavam as atuais.

Julieta sentiu-se lisonjeada e motivada pela oportunidade, mas precisava uns dias para refletir.

Os dias que se seguiram foram marcados por sentimentos antagónicos. Por um lado, era uma oportunidade aliciante e tentadora, por outro sentia-se bem… estava feliz. Sentia-se valorizada na sua atual empresa, tinha uma ótima relação com a chefia, que a conhecia bem, confiava no seu trabalho e ajudava-a a desenvolver-se. Tinha ótimos colegas e um bom ambiente no trabalho… conseguiria virar costas a tudo isto?

Não precisou de muitos dias para tomar a decisão… estava bem! Sentia-se feliz! Para já, não ia mudar!

 

Nas abordagens que realizamos diariamente encontramos muitas pessoas disponíveis para mudar, mas há também muitos profissionais que estando bem nem sequer consideram a hipótese de mudança.

Sabemos que quem está bem dificilmente muda. Mas também sabemos que a melhor altura para mudar é quando se está bem. Nestas condições, a capacidade de discernir e negociar é muito superior.

Termino com uma questão: se fosse hoje abordado/a para um novo desafio, consideraria?

 

Por Telma Gonçalves Delgado, Business Manager