Diversity teamwork with raised hands

A linguagem da Liderança. Versão 20.23

 

Diversity teamwork with raised hands

 

Antecipando um futuro próximo, incerto, volátil e raramente linear, os desafios de ontem não serão os desafios de “um amanhã” que se precipita a uma velocidade furiosa. Tal como na tecnologia, as próximas versões do modelo de mundo global serão diferentes das suas versões anteriores. No último triénio, assistimos ao amanhecer abrupto de novos dias e à alvorada de um mundo em profunda transformação. E perante tantas mudanças repentinas, não familiares e surpreendentes, como um mar agitado produzindo vagas contínuas contra a costa, foram-se gerando fortes repercussões nas pessoas e nas organizações, moldando a forma como vivemos o nosso dia-a-dia e o nosso trabalho. Esses impactos induziram a emergência de novas respostas aos Business Leaders, os quais procuraram navegar neste mar agitado de incerteza, mantendo os seus negócios à tona. Tendo como figura de proa a rápida aceleração tecnológica, os tempos mais recentes vieram acelerar e amplificar algumas tendências já lactentes, relacionadas com o significado do trabalho em si. A relação do trabalho com o Propósito, assim como o Onde, Quando e Como o trabalho é realizado. E para novas configurações, novas linguagens serão necessárias.

O futuro do trabalho a acontecer

De acordo com o World Economic Forum, o seu último report previa que em 2025, cerca de 85 milhões de empregos poderiam ser perdidos para a divisão emergente do trabalho entre humanos, máquinas e algoritmos, enquanto 97 milhões de empregos iriam surgir mais adaptados à nova dinâmica do trabalho. Hoje, a meio caminho, com o advento da Inteligência Artificial Generativa, com o desenvolvimento do conceito Metaverso e da Web 3.0., estamos a assistir à realidade a acontecer.

E as pessoas? Bom, as pessoas estão no centro desta revolução tecnológica. No centro do negócio e na alavancagem dos resultados organizacionais através de uma abordagem human-centric. Temas como o Wellbeing Corporativo, a saúde mental e as oportunidades de desenvolvimento estão hoje no topo da agenda dos gestores e líderes das áreas de People & Culture. Pessoas alinhadas com a estratégia e motivadas, numa cultura positiva e num ambiente de possibilidades e oportunidades. Será fundamental para os líderes a adoção de um modelo que continue a usar a tecnologia como um driver, e que por outro, envolva e prepare a sua força de trabalho para um mercado em demanda contínua.

Estratégia de sucesso para bons resultados

Num contexto atual de incerteza económica a nível global, afigura-se como essencial uma estratégia integrada de capital humano, ancorada em dois vetores essenciais: o talento e a liderança.

Talento. E agora? Sendo que poderá levar algum tempo a perceber até que ponto a desaceleração da economia poderá afetar a procura pelo talento, alguns estudos sugerem que a competição por talento, a reduzir-se, será temporário. E será também pouco provável que as expetativas das pessoas nas organizações não se venham a manter ou não continuem a crescer. Diria, contudo, que fará sentido destacar 3 eixos nucleares:

  1. Cultura de Learning e Inovação

A criação de uma cultura capaz de educar para agilidade e inovação, implementando uma abordagem de upskilling e reskilling, sendo a comunicação e a confiança pilares dessa mesma cultura.

  1. Estratégia de atração e retenção

Desenvolver uma estratégia end-to-end, com foco nas posições críticas para o negócio. Procurar os melhores performers no mercado, e sobretudo, os melhores para a sua organização de acordo com a sua própria matriz de talento; em paralelo, desenvolver uma robusta, competitiva e flexível proposta de valor, colocando na equação a marca de empregador e a experiência do colaborador.

  1. Programas de desenvolvimento de potencial

Redesenhar um modelo de carreiras ajustado ao futuro da organização construindo um pipeline de talento através de soluções integradas, alicerçadas em programas de assessment e desenvolvimento.

Liderança. Que mindset? Hoje, exige-se dos líderes uma linguagem que reproduza uma forma de pensar Pessoas e que às Pessoas consiga chegar. Um mindset traduzido em comportamentos de gestão e comunicação que tragam as pessoas a bordo, com uma visão clara e uma mensagem inspiradora. E neste caminho, porque a Liderança é por defeito um lugar solitário, pode ser fundamental a implementação de soluções eficazes para o vértice da Liderança, como é o caso do Coaching Executivo, com excelentes resultados nas Lideranças C-Level, Intermédias e em fase de potencial. Como diria Bill Gates, “Everyone should have a Coach. Someone who can give you feedback. That´s how you improve.” Uma abordagem que com o modelo certo, poderá contribuir significativamente para uma forma de expandir comportamentos e de explorar novas soluções.

Embora este seja um dos momentos mais emocionantes para nos envolvermos na mudança, perder este comboio poderá ser determinante. Tal como os chatbots, também a Liderança deverá ser apresentar um modelo de linguagem ajustado a uma nova realidade, atualizando para as suas versões 20.23 e superiores. Porque o futuro já começou.

 

Artigo por Sérgio Cabral, COO da Header™ para a revista Aprender magazine.