Longe estamos da ideia de uma liderança inata, em que se nascia Líder. Sabemos hoje que a liderança tem implícito um conjunto de competências e comportamentos que podem ser aprendidos e desenvolvidos. Sabemos que investir na formação de líderes fortalece a capacidade da organização de enfrentar desafios, contribuindo para um ambiente de trabalho inspirador e gratificante. Enfim, sabemos as regras mas o resultado desta equação nem sempre é positivo. A prática mostra-nos uma relação incongruente: quanto mais executiva a função, menos disponibilidade para programas de desenvolvimento.
John Bersin (2023) mostra-nos isso mesmo: apenas 25% das empresas acredita que desenvolver líderes traz retorno à organização, existe uma fraca aposta num programa estruturado de mentoria (11%) ou coaching (18%) para funções de liderança e apenas 17% das organizações tem um processo de gestão de sucessões ou de assessment para as suas lideranças. É frequente ouvir “foi giro, deu para relembrar algumas coisas” ou “mudam os modelos mas é sempre mais do mesmo” quando se cruza um coffeebreak de (mais) um programa formativo.
Toda a formação deve ser desenhada para responder a uma necessidade concreta, mais ainda quando se trata de liderança – o contexto, as pessoas, as suas experiências e as necessidades da organização implicam obrigatoriamente ajustes na forma e no conteúdo. É este o caminho para a excelência na formação de lideranças!
Walk the Talk: dois casos de sucesso
Business Case #1
Um grupo empresarial pretende alinhar conhecimentos e práticas sobre liderança dentro da organização, aplicar ferramentas transversais de liderança, definir o perfil ideal de liderança na organização e desenvolver competências no gap entre perfil ideal e perfil atual.
No ano um foram desenhados momentos de grande envolvimento dos participantes, com workshops, ferramentas de diagnóstico e constante interação com a equipa de RH e liderança de topo. Acompanha o projeto: um plano de comunicação e um software que facilita a integração de momentos de feedback estruturados (one to one e 360º), bem como a análise continuada de dados em prol do desenvolvimento do programa.
Business Case #2
Integrando um evento global do nosso cliente, preparámos uma intervenção direcionada para a tomada de consciência sobre os estilos de liderança. Após uma breve contextualização sobre o tema, procedeu-se a uma votação em tempo real sobre “A cor da nossa liderança”, o que permitiu cruzar os dados recolhidos baseados na intuição, com os dados reais do survey aplicado anteriormente.
A partilha dos resultados, assim como a sua contextualização e explicação, constituiu uma fotografia multidimensional decomposta em quatro estilos e oito segmentos comportamentais, bastante reveladores do ADN da Liderança da organização.
Por Rita Duarte, CEO da Header™